segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Ilha do Sal - Cabo Verde, 12 a 19 de outubro de 2016


Ana Fino, Liliana Costa e Tiago Grilo

Dia 0 (quarta, em Lisboa)

I - Partida

1 - Ai, a mala tem que ter cadeado
Quarta feira logo após sair do trabalho, Ana, Liliana e Tiago combinaram encontro na farmácia do aeroporto. Ana aparece com sorriso de orelha a orelha, que quase desapareceu quando Tiago informa que se esqueceu do cadeado para a mala dela. Felizmente era bem barato: apenas 6 euros!

2 - Chocolates dos ricos, comprados por atrasados



Depois do check in feito, vodka comprada, e de Liliana ter estourado meio ordenado em chocolates, estavam os três muito relaxados (menos o Tiago, a fazer contas aos chocolates), no lobby do aeroporto, ora bebendo cafés do McDonalds, ora falando com a família, quando lá se decidiram a ir caminhando calmamente até à porta de embarque.
De repente ouvem-se gritos: “Sal????” “Saaaaal???” Era uma senhora da TAP que parecia muito nervosa por não ter tempero para a comida. Respondemos prontamente, quase em coro : “Saaaal!!!!” “Saaaal!!!!” - o nosso avião estava para partir e nós ficámos para trás, na conversa. Segue-se uma Monumental Corrida à Antiga Portuguesa, com atropelamento de velhotes e crianças pelo meio, enquanto mais alguém nos gritava “Saaaal?” e nós, a arfar, “Sim! Saaaaal! E mais uma e outra vez: “Saaaaal???”
- “Sim, por amor de Deus, Sal!”. Lá chegámos. Era excesso de zelo, concluímos  nós, também à boa maneira portuguesa, quando passámos os próximos 20 minutos sentados à espera para a porcaria da camioneta com asas finalmente levantar voo.

Dia 0,5 (quarta, Ilha do Sal)

I - Chegada

1 – Putas das francesas…


A aterragem é sempre igual quando o avião não cai em chamas: assim que o avião pára, fica tudo em pé à espera que as portas abram. E elas abrem, mas só daí a uns 10 minutos. Quem fica sentado tem uma alegre paisagem de cús e braguilhas de calças de ganga. Mas lá saímos para as boas vindas calorosas da noite de Cabo Verde.
Ao contrário das mariquices europeias, ali as coisas são simples, e vai-se a pé do avião até ao aeroporto. Logo aí começámos a notar uma espécie de corrida em passo de marcha, com muita gente a abanar a peida vigorosamente para chegar "em primeiros" ao guichet de emissão dos vistos (dica: não façam o visto em Portugal, custa 45€ e lá fica por 25€ e demora-se o mesmo a sair do aeroporto quer tenham visto ou não). Na fila, atrás de nós, estava a primeira das putas francesas.
Decidida a passar-nos à frente, mesmo estando sem o apoio moral do marido, eis que a puta se mete. Foi uma corrida tipo fórmula 1, mas só porque era à velocidade de 1 metro por minuto. A emoção, essa, era a mesma ou maior: a equipa portuguesa depois de muito esforço, aproveitou uma chicane e lá conseguiu impor-se à francesa. Só que a puta não descolou da traseira da Ana e foi até à linha da meta literalmente encostada e a respirar-lhe para o pescoço.
Quando achávamos que a dose de francesas já estava boa, demos por nós à espera da última das nossas malas, que nunca mais chegava. Liliana vê uma mala igual já colocada num carrinho alheio, mas decide ir ao WC. Há prioridades na vida. Quando volta, ainda não tinha chegado a mala, e diz a Tiago: “vai lá ver se aquela não é a nossa mala”. Era. Aninhada entre 2 malas cor de rosa lá estava a mala pipi da Samsonite emprestada pelo Pedro Santana, com as iniciais PMS e uma tira de papel com o nome e a morada escrita. Era outra francesa e uma amiga. Amigas do alheio, e provavelmente depois, também amigas da nossa bag-in-box de 5 litros de branco que seguia na mala.

2 – Tablier alcatifado e cheiro característico


Depois disto, tudo pacífico. O taxista estava com uma folha A4 com nome escrito a marcador, e foi muito prestável, ajudando com as malas e falando com o contacto da casa em Santa Maria. Tudo impecável, tal como o pedaço de alcatifa / peluche azul que cobria o tablier do seu Chevrolet. Quanto ao cheiro característico, é mesmo só isso... A janela do condutor aberta fez uma ligação direta do sovacum do taxista ao nariz das raparigas que iam no banco de trás.

3 – Trevor, baza lá, ya?


Apartamento da Caroline
  O taxista deixa-nos no empreendimento turístico onde Trevor, um inglês sabido, nos faz as honras da casa. Explicou como funcionava tudo, incluíndo o forno, o ar condicionado,a placa, a máquina disto e daquilo, a luz, a torneira, e também como funcionavam as suas terças feiras de póker entre amigos. E nós os 3, depois de um dia de trabalho e de várias horas de viagem, em pensamento gritávamos desesperadamente e em coro "Trevor... baza lá... ya?"

Dia 1 (quinta)

1 - Tiago sugere ir a pé até Santa Maria

(apanhámos um táxi logo a seguir ao primeiro bicho bastante morto)

2 - Carlos Baba

Numa rua cheia de lojas de artesanato, Carlos Baba oferece pulseira da sorte às meninas. Ana compra logo de seguida desinfectante para as mãos, não se fiando na pulseira para a livrar dos germes das notas.

3 - O achamento do Wi-Fi e a constatação de que nenhum dos 3 sabe abrir a porta do banco de Cabo Verde.


Achamento do Wi-Fi

4 - Primeira strela krioula



5 - Faina do atUm!







6 - Primeiro mergulho




7 - Jantar no Odjo d’Água



Grande dourada, mas, aneto no percebes não percebemos... (ah, e abusar do vinho sai caro)

8 - Regaeton

Tiago e Ana curtem grandes reggaetons num bar na praça central de Santa Maria. Liliana enjoa com excesso de reggaeton. Apanhamos táxi de volta para Vila Verde. Ana vai para a piscina ver da internet.

Dia 2 (sexta)

1 - Aquisição de atUm! 5 euros por 1,2 kg



2 - Não há Jimny’s (mini-jipe) em parte alguma. Depois de muito procurar, encontrámos um para sábado.

3 - Tiago faz sashimi de atUm e atUm de cebolada para jantar cedo e ir para o funaná, mas as damas adormecem e o Tiago não pode ir viver a vida louca, porque é perigoso.


Dia 3 (sábado)

1 - Temos finalmente um Jimny, que muda de nome para Juliana neste momento:




2 - O olho da bicha (Odjo Azul / Buracona) estava apagado. Temos de voltar antes das 12h.

3 - Salinas de Pedra Lume: não têm dinheiro para visitar o Mar Morto? Tranquilo, 5 euros de entrada mais 1 euro para tomar banho e é igual ou melhor.



4 - Almoço em Palmeira. Lagosta suada por 10 euros cada um.

5 - Viram aquilo? Um casal decidiu que a varanda era um sítio íntimo o suficiente para um alegado felattio ao ar livre. Só não sabemos se era mesmo porque o homem estava com ar de chateado. A rapariga podia perfeitamente estar a coser o botão das calças e ele estar com aquele ar de "ai se a agulha me espeta".

6 - Jantar em casa com comida tradicional caboverdiana: spagheti alla carbonara

Dia 4 (domingo)

1 - Tartarugas bébés em Murdeira. Tiago tem um momento “free Willy” mas com uma mini tartaruga.


2 - Buracona: Chegámos às 11h à Buracona e finalmente conseguimos ver o olho da bicha aceso. Liliana encarna uma arqueóloga e fica maluca com tudo o que é calhau. Tiago implica que quer nadar dentro do Olho Azul e passa meia hora à procura da passagem secreta. Mais tarde encontra um guia que lhe diz que só por mar e com equipamento. Liliana e Ana dizem “eu não te disse…” E de facto tinham dito, mas apenas umas 30 vezes.




3 - Almoçar novamente em Palmeira (Restaurante Nós Pimba). Caracas e polvo com arroz e batata frita. Talvez devido ao nome do restaurante, começa a conversa a descer de nível:
Liliana (a comer cracas): “sua gorda, safadona, vou comê-la toda”, num claro momento Arquitecto Taveira, seguido de um não menos badalhoco “levei com líquido de coiso até aqui”. Do nada, Liliana apazigua a bardajonice, afirmando: “Olhem que eu sou muita boa a beber água”.




4 - Voltar a Pedra Lume para procurar a praia, mas em vez disso descobrimos o Júlio. Este bêbado invertebrado diz ser Cristiano Ronaldo, não Messi e de seguida diz que Ana é bunita. Oferece 6 cristais de sal à espera de dinheiro (ou de algo da Miss Portugal, não se sabe). Tiago em vez de dinheiro, oferece uma máscara de mergulho e um snorkel e Ana leva o troco: “Se eu tivesse-Ti, minha vida era feliz”. Ana fica apaixonada, mas arranca com o Jimny, com medo de ser violada.

5 - Onde estão os tubarões? Depois de muito julianar, lá demos com a “Shark Bay” onde havia pessoal a alugar Crocs para irmos ver os tubarões-limão. Sim, leram bem: aluguer de Crocs. Cagámos nos tubarões, mais com medo do pé de atleta do que de uma mordidela no pé.





7 - Praia em ponta preta. Belo por do sol, animado por (mais um) jovem bêbado que pisca o olho a Ana e depois passa a 15 centimetros dela, mirando diretamente no decote. Pura classe. Provavelmente chama-se Bitcho e é o dono desta pick-up, que tem "Deus na comando":



8 - A TV ao lado do supermercado Cazu
Ao entrarmos no supermercado para nos aviarmos do que faltava para o jantar, ouvem-se gritos desvairados e música de filme porno. Liliana volta para confirmar se era da televisão. Não era, era javardeira ao vivo e aos berros, de janela aberta.

9 - De volta a Vila Verde, o jantar é tataki de atUm, regado com discussão acesa sobre a relevância da informação sobre as subidas e descidas da Bolsa nos telejornais.

Dia 5 (segunda)

1 - “Juliana, cê viu meu óculos / Êita Juliana, o hómi já ligou o brinquedo” nas dunas ao pé do Vila Verde, logo pela matina. Subida e descida do Monte Mota Engil 3, a.k.a. Serra Negra. Daí, directos a Palmeira oferecer o pacote do amigo da Ana, à Escola Zeca Ramos.




2 - Sprint de volta ao pontão de Santa Maria para conseguir comprar peixe (dois por €3,50) que a Ana afiançou tratar-se de Pitú. Mais tarde garantiram-nos ser um nome bastante parvo e não corresponder a nenhum peixe de Cabo Verde. Ou do Mundo. Corresponde sim a uma cachaça brasileira. Não parece ter sido a primeira vez que Ana confundiu aguardente com peixe, e muito provavelmente não terá sido a última.


3 - Entrega do Jimny-Juliana algo atabalhoada: chegámos ao escritório 15 minutos antes, mas Fredy não estava. “Era às 14h aqui ou na recepção do Vila Verde?”. Fomos levar o “Pitú” a casa e ligar da recepção. Fredy diz “mas agora é que são 14h”, e tinha razão. Fomos novamente ter com o Fredy, que nos devolveu os nossos estimados 200 euros de caução. O Jimny-Juliana ficou triste com a separação e nós também.

4 - Almoço no Odjo d’Agua (sem vinho até que fica em conta)

5 - Snorkeling na agência do Joker (o Joker ri, os outros são todos Batman) com o Erikson na Ponta do Sinó. Enquanto Liliana e Ana engolem água e riem, Tiago vê isto:

Peixe papagaio (Scaridae)

Tartaruga amarela (Caretta caretta)

Peixe trombeta (Aulostomus maculatus)

6 - Regresso à praia para uma soneca e avistamento de um Pedro Carpinteiro e família.

7 - Achamento de bar caboverdiano-brasileiro com a Strella mais barata e pés na areia.




8 - Knox e o mágico bêbado.


Knox, no dia anterior


Dia 6 (terça)

1 - Último dia em Cabo Verde.

Piscina logo pela manhã, porque não dava para dormir. Tiago afirma: “hoje é até apanhar queimaduras de 3.º grau”. E apanhou uma bem bonita, na barriga.

Tiago lembra-se que não comeu cachupa e obriga as raparigas a calcorrearem de restaurante em restaurante sempre com um “não, só por encomenda…” até finalmente encontrar um sítio que servia cachupa requentada. Tiago safa-se por pouco, mas só porque havia WI-FI.




Dia 7 (quarta, voo para Lisboa)

1 - Tiago dorme profundamente às 3 ou 4 da manhã, mas acorda assim que vê comida de avião a chegar. Come, bebe uma cerveja e volta a dormir.

2 - Ana vai direta para o trabalho “ver emails”